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Um amor de ciência

casal apaixonadoA ciência consegue explicar cada vez mais o que é e por que amar.

É a matéria de capa da revista Isto é desta semana de carnaval. Trata da reação química provocada pelas moléculas exaladas pela pele chamadas feromônios, pela percepção agradável da voz, etc.

Como bem escreveu a Suzana Herculano-Houzel

Muito [do conhecimento] vem do advento da ressonância magnética funcional, que permite vasculhar o cérebro acordado em busca de zonas ativadas ou desativadas conforme os pensamentos do dono. Graças a ela, agora a neurociência pode se meter nos sentimentos mais nobres, subjetivos e pessoais de quem se voluntaria à ciência. Há quem não goste dos resultados, que invadem a privacidade alheia e mostram milimetricamente onde faíscas se acendem no cérebro enquanto ele decide entre 20 reais agora ou 40 amanhã, se arrepia com uma música, medita, vê a pessoa amada, admira fotos eróticas, ou mesmo tem um orgasmo (sim, sim, quem tem orgasmos é o cérebro).

Amor, paixão e desejo não deveriam ser quantificados ou parametrizados, muito menos explicados, reclamam alguns. Outros protestam indagando o que se ganha sabendo “onde” essas coisas acontecem no cérebro. O que a neurociência faz, além de comprovar e sugerir mecanismos para o que o senso comum já sabia: que a paixão nos cega, nos torna obsessivos, nos tira do rumo? Por outro lado, quanto não se perde da poesia, quando “eu te amo” passa a poder ser trocado por “meu núcleo acumbente quer muito ficar perto de você”? A beleza da música não se torna menor se for decomposta em cumprimento de expectativas e sincronia entre regiões cerebrais? E se o estado de iluminação, normalmente alcançado às custas de anos de meditação, pudesse ser atingido com um único eletrodo situado estrategicamente no cérebro?

Entender, aprender, compreender e conhecer trazem benefícios para todos.

Sabemos também que os mesmos hormônios do bem-estar que se espalham pelo corpo durante a corrida são os mesmos liberados na relação sexual. Todo este conhecimento pode nos ajudar em outros tratamentos de saúde.qumica do amor

Tudo isto não significa que a ciência tenha explicado todos os friozinhos da barriga que temos com a pessoa amada. Para mim o amor fica cada vez mais lindo. Hoje em particular a minha amada e eu fomos correr na lagoa da UNICAMP.